Dossiê Miraculous Ladybug: O que tem de errado?

Atenção: Essa postagem contém opiniões pessoais.




    Miraculous: Les aventures de Ladybug et Chat Noir (ou Miraculous: As aventuras de Ladybug) é uma série de animação criada por Thomas Astruc e produzida pelo estúdio Zagtoon. A obra estreou na França em 2015 e ganhou diversos fãs ao redor do mundo, estreando oficialmente no Brasil em março de 2016.

    A animação acompanha a adolescente Marinette Dupain-Cheng, que age secretamente como a heroína Ladybug. Ela é auxiliada por seu parceiro Cat (ou Chat) Noir, que é apaixonado por ela, mas sofre rejeição, pois Ladybug é apaixonada por Adrien Agreste (que ironicamente é a identidade civil de Cat Noir). Juntos, eles defendem a cidade de Paris do vilão Hawkmoth, que tem o poder de transformar civis em supervilões, que controlados, tentam roubar da dupla de heróis a fonte de seus poderes, o Miraculous.

    O show atualmente conta com quatro temporadas, e apesar de uma história de fundo muito interessante, o programa possui muitas críticas internet afora.

    Os motivos?  Um péssimo desenvolvimento/aproveitamento de personagens, ordem de episódios inconsistentes, e boas oportunidades perdidas. Quer saber sobre isso com mais detalhes? Acompanhe mais dessa postagem, e também sugiro ler esse Tumblr Aqui que está recheado de postagens consistentes não só sobre a série, mas também sobre seu criador.

    Pois bem, comecemos!


A indecisão/incongruência de Marinette:

   A protagonista de Miraculous é toda perfeitinha. Pelo menos é isso que o autor quer que todos acreditem. Em vários episódios, vemos Marinette ser imatura, egoísta, ciumenta e fazer escolhas bem duvidosas (principalmente quando Adrien está envolvido no assunto), mas em nenhum momento essas ações dela têm alguma consequência negativa. Nada do que ela faz de ruim é condenado por ninguém, diferente da personagem Chloé por exemplo. 

  O que torna tudo muito frustrante de assistir, pois não percebemos ela evoluir em algum aspecto, aprendendo com seus erros. Veja bem: Em um episódio, ela está decidida a esquecer de seu amor unilateral por Adrien e seguir em frente, e em outro ela está conspirando para afastar uma possível rival amorosa dele.  

  Assim não dá!

  E ela nunca é “punida” por isso, simplesmente continua lá, sendo a heroína perfeita e amada por todos. Chega a ser irritante.



O mal aproveitamento de Cat Noir:

    Nosso protagonista masculino é sempre jogado pra escanteio. Não importa o que aconteça, quem vai sempre salvar tudo no final não será ele, e sim a Ladybug. Até mesmo quando eles trocam de Miraculous (vide o episódio Reflekdoll 2), quem resolve todas as coisas é a protagonista feminina e não ele.

    Sempre tenho a impressão de que Cat Noir está lá apenas pra fazer a Ladybug parecer ainda mais perfeita, corajosa e inteligente. Ele sempre é deixado de lado nos episódios.

   E o fã que reclama desse mal aproveitamento corre o risco de ser chamado(a) de sexista pelo autor. Mas o nome oficial é justamente “Les aventures de Ladybug et Chat Noir “. Vai entender!



Luka e Kagami são só sombras:

   Me lembro de quando esses personagens foram anunciados. Garantiram que ambos não se resumiriam a apenas pares românticos alternativos dos protagonistas. Mal sabíamos nós que era exatamente isso o que eles seriam...

   Luka foi um personagem que cativou a maioria do fandom, mas foi praticamente jogado de lado em diversos momentos, pois se ele não está motivando ou fazendo qualquer coisa aleatória pela Marinette, ele não pode aparecer pra fazer mais nada. A não ser nos episódios em que é akumatizado ou recebe um miraculous (mas nesse momento, mais uma vez ele está de certa maneira associado á Marinette).

  Já Kagami? A desenvolveram de uma maneira tão antipática que é muito difícil achar alguém que realmente goste da personagem. Ela é fria e meio grossa com a maioria das pessoas, não tem muito carisma e apresenta aquele clichê ridículo de duas pessoas brigando pelo mesmo interesse romântico. Afinal, assim como Luka pela Marinette, ela só aparece pelo Adrien...



A questão Chloé Bourgeois:

   Essa é a parte que com certeza mais me dói em relação a Miraculous. Thomas Astruc poderia facilmente escrever um livro sobre como destruir um personagem por motivo nenhum.

  Chloé Burgueois nos é apresentada inicialmente como uma garota mimada e egocêntrica, que aparentemente só faz maldade com as pessoas por fazer. Ela foi responsável pela criação de pelo menos 12 vilões ao longo da primeira temporada.

  Na segunda temporada, descobrimos um outro lado da personagem: Ela viveu grande parte de sua infância sem a mãe, e seu pai a mimou muito pra compensar esse fato. Vemos também que a mãe dela não a ama e que a loira está sempre lutando por um pouquinho da atenção dela. Diante dessas informações, o que fizeram?

  Dando todos os indícios pra que ela evoluísse e se tornasse uma heroína incrível (talvez a única com uma construção densa), Thomas no terceiro ano do show ignorou todos aqueles momentos interessantes do ano anterior e a colocou se unindo a Hawk Moth e revelando a identidade de vários heróis! 

  Por Deus, episódios antes, em “Miraculer”, ela resistiu a um akuma!

  Quando questionado sobre o assunto, Thomas Astruc disse em seu Twitter algo como:

"Eu não sei por que vocês estão tão chateados. Vocês não podem ver que pretendíamos que Chloe fosse irredimível desde o início? Não foi uma mudança de última hora!”.

  E depois desse tapa na cara de qualquer um que gostasse da personagem, ainda inseriram uma irmã dela do nada na quarta temporada. Fãs dessa personagem que me perdoem, mas Zoe é uma personagem bidimensional que só existe para que Chloé pareça má e haja uma portadora substituta do Miraculous da abelha. 

  É literalmente só pra isso que ela existe: Porque Astruc não quer que Chloé seja redimida. 

  Eu nunca vi um autor ter tanta birra com um personagem.

  As pessoas já estavam realmente irritadas com a forma como trataram o personagem de Chloé no final da temporada 3, então criar um personagem cujo único propósito é assumir o controle de seu Miraculous foi uma jogada muito ruim.

  E pra finalizar esse tópico fica a pergunta: Se Chloé era irremediável, porque perderam tanto tempo desenvolvendo o passado e o ponto de vista da personagem? 



Hawkmoth, o vilão burro:

    Hawkmoth é burro. Se você parar pra pensar que ele akumatiza sempre as mesmas pessoas, sabendo que elas serão facilmente derrotadas, vai chegar á essa conclusão. 

   Mas dá pra ficar pior ainda.

   Na temporada 3, quando a identidade de vários heróis é revelada, ele nem percebe que todos aqueles adolescentes são na verdade colegas de classe de seu filho Adrien, e não se questiona por um momento se as pessoas por trás da máscara de Ladybug e Cat Noir não podem estar naquela mesma classe, ou fazer parte daquele círculo social.



E por fim, a arrogância de Thomas Astruc:

Auto insert na obra. Parabéns, Astruc...

  O maior vilão de Miraculous não é Hawkmoth. Não é Mayura. Não é Lila. Tão menos a Chloé. O verdadeiro vilão de Miraculous é o seu criador. Thomas é arrogante, não aceita críticas e bloqueia qualquer tentativa de argumentação. 

  Não acredita em mim? Confira o Twitter dele.

  Por ser mais velho que o público que acompanha o show ele diz que sabe o que é melhor pra história. Pra encobrir todos os furos de roteiro ele diz que tudo está planejado e jura que os desenvolvimentos de personagens existem sim! 

  Infelizmente, Miraculous parece fadado ao fracasso, por suas decisões duvidosas. Mas espero estar errada. Afinal, como eu já disse no início, a premissa da história é muito boa.

 Vejamos os próximos capítulos dessa história, ou não (eu não tô afim de continuar essa palhaçada).



Até mais!^^


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